O título não é uma ´abstração´ da obra nem da seqüência de letras com que foi escrito. Do mesmo modo, os nomes ´sugestivos´ dos comandos das linguagens ditas ´de nível mais alto que o de máquina´ são rótulos de múltipla função. Codificam, organizam e documentam. Daí vem, talvez, a idéia de que aqueles nomes são ´abstrações´ dos procedimentos que determinam ou que controlam na máquina ao serem executados e que representam como algoritmos. Mas a máquina tradutora (um computador alimentado com um programa montador, ou um compilador, por exemplo) não converte abstrações em concreções, mas sim códigos concretos em outros códigos concretos. A convergência de regimes de codificação diferentes em um mesmo símbolo é apenas homografia. Considerar os computadores como hierarquias de abstrações serve para justificar, em nome da independência de representação, a sonegação de informação sobre os detalhes de implementação e um não-saber embutido e reproduzido nas metodologias de projeto.@pt
Title is neither an abstraction of the work it entitles nor an abstraction of the sequence of letters it has been written with. Similarly, the suggestive names of commands in higher than machine level languages are multiple function labels. They are used to code, organize and document. There comes, maybe, the idea of abstraction from, i.e. the idea according to which those names are abstractions of the procedures they represent as algorithms and they determine or control in the machine when executed. Nevertheless, the translation machine (a computer fed with an assembler program, or a compiler, for instance) does not convert abstractions in concretions, rather it gets concrete code from concrete code. The convergence of different coding realms in the same symbol is just homography. Considering computers as hierarchies of abstractions serves to justify, in name of representation independence, information concealment about implementation details, and embedded and reproduced knowledgelessness in project methodologies.@en