Article Brapci-Revistas

Reverberações euclidianas na contística pan-amazônica sobre os fenômenos das águas

Irisvaldo Laurindo de Souza
Tânia Maria Pereira Sarmento-Pantoja

Este artigo tem como objetivo discutir a influência do modelo de escrita e interpretação da Amazônia estabelecido por Euclides da Cunha, no início do século XX, na contística pan-amazônica sobre os fenômenos das águas. A análise literária é centrada em seis contos de quatro ficcionistas –– três brasileiros e um peruano: Alberto Rangel, Francisco Izquierdo Ríos, Arthur Engrácio e João Meirelles Filho. O trabalho argumenta que o modelo euclidiano está no cerne do agenciamento dos fenômenos das águas como matéria literária por esses autores, que a tematização do extrativismo em suas narrativas também se articula direta ou indiretamente com ele, e, por fim, que em seus limites e contradições, como na falta explícita de reconhecimento de um sujeito amazônico como protagonista da história social da região, a visada de Euclides da Cunha estabeleceu um paradigma influente, por vezes seguido e por vezes superado, na literatura moderna e contemporânea de expressão amazônica, da qual a contística das águas constitui amostra significativa. Os autores de referência são Cunha (2000), Souza (2009), Leão (2008) e Lima (2012), dentre outros.@pt

. ::none::, [????].

References

  • BAUMAN, Zygmunt. Vidas desperdiçadas. Trad. Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Zahar, 2005. 173 p.
  • CUNHA, Euclides da. Um paraíso perdido: reunião de ensaios amazônicos. Brasília: Senado Federal, 2000. 393 p.
  • DERRIDA, Jacques. Margens da filosofia. Trad. Joaquim Torres Costa e António M. Magalhães. Campinas: Papirus, 1991. 373 p.
  • ENGRÁCIO, Arthur. A vingança do boto. Rio de Janeiro: Rio Fundo, 1995. 140 p.
  • GANEGBIN, Jeanne Marie. História e narração em Walter Benjamin. São Paulo: Perspectiva, 2013. 114 p.
  • GUEDELHA, Carlos Antônio Magalhães. A metaforização da Amazônia em textos de Euclides da Cunha. 317 f. Tese (Doutorado em Letras) – Programa de Pós-Graduação em Linguística, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2013.
  • HOLGUÍN, Diego Gonçález. Vocabvlario de la Lengua General de todo el Perv llamada Lengua Qquichua, o del Inca. Lima: Universidad Nacional Mayor de San Marcos, 1952. 426 p.
  • LEÃO, Allison. Representações da natureza na ficção amazonense. 194 f. Tese (Doutorado em Estudos Literários) –– Faculdade de Letras, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2008.
  • LIMA, S. S. Amazônia Babel –– Literatura, Corpos & Meio Ambiente. Org.: Lígia Chiapini. Revista Eletrônica CELPCYRO, v. 2, p. 1-13-133, 2012.
  • MEIRELLES FILHO, João. O abridor de letras. Rio de Janeiro: Record, 2017. 143 p.
  • RAMA, Ángel. Transculturación narrativa en América Latina. 2. ed. Buenos Aires: Ediciones El Andariego, 2008. 352 p.
  • RANGEL, Alberto. Inferno verde. Cenas e Cenários do Amazonas. Org. Tenório Telles. 6. ed. Manaus: Valer, 2008. 165 p.
  • RÍOS, Francisco Izquierdo. Chove em Iquitos. São Paulo: Clube do Livro, 1975. 159 p.
  • RÍOS, Francisco Izquierdo. Cuentos. Obra completa. Tomo I. Lima: Fondo Editorial de la Universidad Nacional Mayor de San Marcos, 2010. 666 p.
  • SARMENTO-PANTOJA, Tânia. Catástrofe: manual do usuário. In: SARMENTO-PANTOJA, Augusto; UMBACH, Rosani. SARMENTO-PANTOJA, Tânia (Orgs.). Estudos de Literatura e Resistência. Campinas: Pontes Editores, 2014, p. 159-183.
  • SOUZA, Ronaldes de Melo e. A geopoética de Euclides da Cunha. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2009. 216 p.
  • SÜSSEKIND, Flora. Tal Brasil, qual romance? Rio de Janeiro: Achiamé, 1984. 203 p.
  • VENTURA, Roberto. A terra, o homem, a luta: um guia para a leitura de “Os Sertões”, de Euclides da Cunha. 2. ed. São Paulo: Três Estrelas, 2019. 103 p.
  • zilly, b. a história encenada em os sertões de euclides da cunha. sala preta, [s. l.], v. 2, p. 193-205, 2002. doi: 10.11606/issn.2238-3867.v2i0p193-205. disponível em: http://www.revistas.usp.br/salapreta/article/view/57090 acesso em: 26 nov. 2020.
  • BAUMAN, Zygmunt. Vidas desperdiçadas. Trad. Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Zahar, 2005. 173 p. CUNHA, Euclides da. Um paraíso perdido: reunião de ensaios amazônicos. Brasília: Senado Federal, 2000. 393 p.
  • DERRIDA, Jacques. Margens da filosofia. Trad. Joaquim Torres Costa e António M. Magalhães. Campinas: Papirus, 1991. 373 p. ENGRÁCIO, Arthur. A vingança do boto. Rio de Janeiro: Rio Fundo, 1995. 140 p.
  • GANEGBIN, Jeanne Marie. História e narração em Walter Benjamin. São Paulo: Perspectiva, 2013. 114 p. GUEDELHA, Carlos Antônio Magalhães. A metaforização da Amazônia em textos de Euclides da Cunha. 317 f. Tese (Doutorado em Letras) – Programa de Pós-Graduação em Linguística, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2013.
  • HOLGUÍN, Diego Gonçález. Vocabvlario de la Lengua General de todo el Perv llamada Lengua Qquichua, o del Inca. Lima: Universidad Nacional Mayor de San Marcos, 1952. 426 p. LEÃO, Allison. Representações da natureza na ficção amazonense. 194 f. Tese (Doutorado em Estudos Literários) –– Faculdade de Letras, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2008.
  • LIMA, S. S. Amazônia Babel –– Literatura, Corpos and Meio Ambiente. Org.: Lígia Chiapini. Revista Eletrônica CELPCYRO, v. 2, p. 1-13-133, 2012.
  • MEIRELLES FILHO, João. O abridor de letras. Rio de Janeiro: Record, 2017. 143 p. RAMA, Ángel. Transculturación narrativa en América Latina. 2. ed. Buenos Aires: Ediciones El Andariego, 2008. 352 p.
  • RANGEL, Alberto. Inferno verde. Cenas e Cenários do Amazonas. Org. Tenório Telles. 6. ed. Manaus: Valer, 2008. 165 p. RÍOS, Francisco Izquierdo. Chove em Iquitos. São Paulo: Clube do Livro, 1975. 159 p.
  • RÍOS, Francisco Izquierdo. Cuentos. Obra completa. Tomo I. Lima: Fondo Editorial de la Universidad Nacional Mayor de San Marcos, 2010. 666 p. SARMENTO-PANTOJA, Tânia. Catástrofe: manual do usuário. In: SARMENTO-PANTOJA, Augusto., UMBACH, Rosani. SARMENTO-PANTOJA, Tânia (Orgs.). Estudos de Literatura e Resistência. Campinas: Pontes Editores, 2014, p. 159-183.
  • SILVA, Thays Freitas. A ficcionalização da vida ribeirinha na contística de Arthur Engrácio. 107 f. Dissertação (Mestrado em Estudos Literários) –– Programa de Pós-Graduação em Letras, Universidade Federal do Amazonas, Manaus, 2016.
  • SOUZA, Ronaldes de Melo e. A geopoética de Euclides da Cunha. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2009. 216 p. SÜSSEKIND, Flora. Tal Brasil, qual romance? Rio de Janeiro: Achiamé, 1984. 203 p.
  • VENTURA, Roberto. A terra, o homem, a luta: um guia para a leitura de “Os Sertões”, de Euclides da Cunha. 2. ed. São Paulo: Três Estrelas, 2019. 103 p. ZILLY, B. A história encenada em Os Sertões de Euclides da Cunha. Sala Preta, [S. l.], v. 2, p. 193-205, 2002. DOI: 10.11606/issn.2238-3867.v2i0p193-205. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/salapreta/article/view/57090 Acesso em: 26 nov. 2020.
NLP0.29
Visto 16 vezes
sem referências
Array
(
    [dateOfAvailability] => Array
        (
            [pt] => Array
                (
                    [0] => Array
                        (
                            [2021-08-31] => 163199
                        )

                )

        )

    [hasAuthor] => Array
        (
            [nn] => Array
                (
                    [0] => Array
                        (
                            [Irisvaldo Laurindo de Souza] => 164856
                        )

                    [1] => Array
                        (
                            [Tânia Maria Pereira Sarmento-Pantoja] => 164857
                        )

                )

        )

    [hasFileStorage] => Array
        (
            [nn] => Array
                (
                    [0] => Array
                        (
                            [_repository/118225/2021/11/oai_www_revistas_ufrj_br_article_41993#00081.pdf] => 166609
                        )

                )

        )

    [hasPageEnd] => Array
        (
            [pt] => Array
                (
                    [0] => Array
                        (
                            [183] => 2574
                        )

                )

        )

    [hasPageStart] => Array
        (
            [pt] => Array
                (
                    [0] => Array
                        (
                            [152] => 1167
                        )

                )

        )

    [hasSectionOf] => Array
        (
            [pt] => Array
                (
                    [0] => Array
                        (
                            [Artigo] => 3
                        )

                )

        )

    [hasSubject] => Array
        (
            [pt] => Array
                (
                    [0] => Array
                        (
                            [Amazônia] => 266322
                        )

                    [1] => Array
                        (
                            [Conto] => 164853
                        )

                    [2] => Array
                        (
                            [Euclide da cunha] => 164854
                        )

                    [3] => Array
                        (
                            [Fenômeno da água] => 164855
                        )

                )

        )

    [hasIssueOf] => Array
        (
            [pt] => Array
                (
                    [0] => Array
                        (
                            [ISSUE:JNL:00081-2021-6-2] => 164779
                        )

                )

        )

    [isPartOfSource] => Array
        (
            [pt] => Array
                (
                    [0] => Array
                        (
                            [Revista de Estudos do Discurso, Imagem e Som - Policromias] => 118225
                        )

                )

        )

    [hasAbstract] => Array
        (
            [pt] => Array
                (
                    [0] => Array
                        (
                            [Este artigo tem como objetivo discutir a influência do modelo de escrita e interpretação da Amazônia estabelecido por Euclides da Cunha, no início do século XX, na contística pan-amazônica sobre os fenômenos das águas. A análise literária é centrada em seis contos de quatro ficcionistas –– três brasileiros e um peruano: Alberto Rangel, Francisco Izquierdo Ríos, Arthur Engrácio e João Meirelles Filho. O trabalho argumenta que o modelo euclidiano está no cerne do agenciamento dos fenômenos das águas como matéria literária por esses autores, que a tematização do extrativismo em suas narrativas também se articula direta ou indiretamente com ele, e, por fim, que em seus limites e contradições, como na falta explícita de reconhecimento de um sujeito amazônico como protagonista da história social da região, a visada de Euclides da Cunha estabeleceu um paradigma influente, por vezes seguido e por vezes superado, na literatura moderna e contemporânea de expressão amazônica, da qual a contística das águas constitui amostra significativa. Os autores de referência são Cunha (2000), Souza (2009), Leão (2008) e Lima (2012), dentre outros.] => 0
                        )

                )

        )

    [hasID] => Array
        (
            [nn] => Array
                (
                    [0] => Array
                        (
                            [oai:www.revistas.ufrj.br:article/41993] => 0
                        )

                )

        )

    [hasRegisterId] => Array
        (
            [pt] => Array
                (
                    [0] => Array
                        (
                            [https://revistas.ufrj.br/index.php/policromias/article/view/41993] => 0
                        )

                )

        )

    [hasSource] => Array
        (
            [pt] => Array
                (
                    [0] => Array
                        (
                            [Policromias - Revista de Estudos do Discurso, Imagem e Som; v. 6, n. 2 (2021); 152-183] => 0
                        )

                )

            [nn] => Array
                (
                    [0] => Array
                        (
                            [2448-2935] => 0
                        )

                )

        )

    [hasTitle] => Array
        (
            [pt] => Array
                (
                    [0] => Array
                        (
                            [Reverberações euclidianas na contística pan-amazônica sobre os fenômenos das águas] => 0
                        )

                )

        )

    [hasUrl] => Array
        (
            [pt] => Array
                (
                    [0] => Array
                        (
                            [https://revistas.ufrj.br/index.php/policromias/article/view/41993/25240] => 0
                        )

                )

        )

    [prefLabel] => Array
        (
            [pt] => Array
                (
                    [0] => Array
                        (
                            [Oai:www.revistas.ufrj.br:article/41993#00081] => 0
                        )

                )

        )

)