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                                            [0] => Este artigo aborda a questão da soberania digital não somente como questão política e econômica, mas no âmbito do sujeito e da subjetividade ou da relação humano-máquina. Focalizaremos dois domínios em que a questão da soberania do sujeito se coloca de forma mais explícita: os sistemas de IA voltados para a inferência automatizada de características emocionais e psicológicas e a incorporação de padrões obscuros de design herdados da economia comportamental na construção das plataformas. Nos dois casos, analisaremos as implicações para a questão da soberania do sujeito e para o debate sobre regulação da IA a partir da pergunta disparadora: que modalidade de soberania do sujeito poderia ser proposta em plataformas de IA? Discutimos como na tentativa de impor barreiras à manipulação ou à influência insidiosa sobre indivíduos e populações, os marcos regulatórios correm o risco de reivindicar, de um lado, um sujeito plenamente autônomo e livre de influências ou, de outro, um sujeito definitivamente vulnerável que precisa ser protegido. Apontamos como nenhum desses extremos se sustenta quando se trata de compreender como as subjetividades, os processos psicológicos e emocionais são interpelados em plataformas de IA. Concluímos, por fim, que nos ambientes digitais, plataformas e aplicações de IA visados nesse artigo, a soberania do sujeito ou da subjetividade não pode ser assegurada de modo definitivo no plano individual nem no plano jurídico. Ela é, antes, um problema sociotécnico e tecnopolítico coletivo a ser continuamente trabalhado e revisado. 
                                            [1] => This article addresses the issue of digital sovereignty not only as a political and economic matter but also within the realm of the subject and subjectivity, or the human-machine relationship. We focus on two domains where the question of subject sovereignty is most explicitly raised: AI systems aimed at the automated inference of emotional and psychological characteristics, and the incorporation of dark design patterns inherited from behavioral economics in platform construction. In both cases, we analyze the implications for the question of subject sovereignty and the debate on AI regulation, guided by the central question: what kind of subject sovereignty could be proposed in AI platforms? We discuss how, in the attempt to impose barriers against manipulation or insidious influence on individuals and populations, regulatory frameworks risk asserting either a fully autonomous subject, free from influences, or a definitively vulnerable subject that needs protection. We point out that neither of these extremes holds up when it comes to understanding how subjectivities and psychological and emotional processes are engaged by AI platforms. Finally, we conclude that in the digital environments, platforms, and AI applications targeted in this article, subject or subjectivity sovereignty cannot be definitively ensured at the individual or legal level. Instead, it is a sociotechnical and technopolitical issue that must be continuously addressed and revised collectively.
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                                            [0] => Liinc em Revista; Vol. 20 No. 2 (2024): Título do Dossiê: IA e a Questão da Soberania
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                                            [0] => Copyright (c) 2024 Fernanda Glória Bruno, Paulo Faltay, Alice Lerner Garcia, Helena Strecker Gomes Carvalho
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