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                    [0] => Em tempos de negacionismo e falta de confiança na ciência, entende-se que investir em políticas públicas para a divulgação científica torna-se essencial para combater a desinformação e demonstrar a importância da ciência perante a sociedade.







Fonte: Altman (2014).
 O avanço científico e tecnológico transforma significativamente a vida em sociedade e impacta o modo como as pessoas realizam as mais diversas atividades no dia a dia e o modo como se relacionam com o meio ambiente. Essas transformações e impactos são, cada vez mais, foco de estudos e preocupação por parte de cientistas, docentes, pesquisadores, estudantes e, de certo modo, da população em geral.
De acordo com a pesquisa de percepção pública da Ciência e Tecnologia (C&T) no Brasil 2019, realizada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), 62% da população brasileira tem interesse por assuntos de C&T. Embora haja interesse, a pesquisa identificou que é baixo o número de pessoas que acessam esse tipo de informação pelas mídias, ainda assim, a internet foi citada como a principal fonte de acesso (14%). Também a visitação a espaços científico-culturais é baixa, o percentual de visitas a museus de C&T, por exemplo, foi de 6,3%. A pesquisa também identificou que é grande o número de brasileiros que não sabem citar o nome de um cientista (90%) ou de uma instituição de pesquisa (88%).
Para Moreira (2008), a principal razão para o baixo nível de informação e de conhecimento da população com relação à C&T é a ausência de uma educação científica de qualidade nos ensinos fundamental e médio. Acrescenta que a divulgação científica promovida pela mídia e pelos museus e centros de ciência são insuficientes. 
Diante desse cenário, entende-se necessário que haja um esforço conjunto entre governo, agências de fomento, universidades, bibliotecas, institutos, centros e demais instituições de pesquisa para que haja comunicação dos resultados de pesquisa de modo a reverter esse quadro de falta de acesso, de pouca apropriação da informação científica e da lacuna existente entre C&T e a sociedade. Como elucida Oliveira (2007, p. 1), “a ciência precisa descer da torre de marfim e se aproximar da sociedade”. 
Assim, são necessárias políticas públicas que garantam acesso à informação científica para o público geral/leigo, por meio de programas e ações que se estendam para além da educação formal, alcançando também as pessoas que não frequentam a escola, para que todos tenham o direito de acessar as informações sobre C&T e compreender como seu avanço e como o emprego de novas tecnologias afetam suas vidas, de maneira individual e em sociedade. Nesse sentido, a divulgação científica assume um papel preponderante. 
Por divulgação científica, Bueno (2010) entende aquela que tem como prioridade o indivíduo que não tem uma formação técnico-científica que dê a ele base para interpretar os jargões técnicos ou compreender os conceitos e o processo de circulação de informações especializadas. Sendo necessário, portanto, decodificar ou recodificar o discurso especializado, utilizando, para isso, recursos como metáforas, ilustrações ou infográficos. Silva (2016) explica que para o discurso da divulgação científica, além da reformulação do texto científico, é necessário modificar o estilo, a sequência responsável pela organização das partes, as ilustrações, a diagramação do texto, etc, sem distorcer seu conteúdo e/ou simplificá-lo de maneira exagerada. 
Outro aspecto que se observa além da falta de acesso e da pouca apropriação da informação científica pelos brasileiros é o fenômeno crescente da desinformação, definida pela Comissão Europeia (2018) como a informação comprovadamente falsa ou enganadora que é criada e divulgada para obter vantagens econômicas ou para enganar intencionalmente a população e que é suscetível de causar prejuízos públicos.
A desinformação provoca confusão e induz a população a desacreditar em fatos já comprovados cientificamente e a não confiar na ciência, nas instituições e nos cientistas. Isso vem acontecendo fortemente nos últimos três anos, em especial, a partir de 2020, com a maior crise sanitária mundial provocada pela Corona Virus Disease (COVID-19).
Quando Moreira expôs em seu artigo, em 2008, que a divulgação científica da mídia era insuficiente, ele referia-se a um cenário ainda incipiente dessa área, mas já é possível perceber que esse contexto foi alterado. Atualmente, encontram-se vários materiais de divulgação científica disponibilizados em blogs, canais no Youtube, no Facebook, no Instagram, entre outros, produzidos por cientistas e instituições de ensino e pesquisa.
Entretanto, como destacam Castelfranchi (2020) e Roque (2021), não se trata apenas de fazer mais divulgação da ciência, ou de fazer uma divulgação melhor e mais atraente. A questão é também a construção de uma relação de confiança com a sociedade, aproximando-se mais da população e entendendo os códigos que ela usa. Para isso é necessário iniciar a divulgação pela escuta das demandas de grupos e pessoas específicas.
A partir do exposto, considera-se premente a elaboração e implementação de políticas públicas de divulgação científica que busquem uma aproximação maior com a sociedade. É necessário que o público leigo compreenda o que é C&T, qual é a sua aplicação no dia a dia e conheça quem faz a ciência (cientistas e instituições). Dessa forma ele será capaz de entender a relevância da C&T para sua vida; de analisar a veracidade das informações que recebe; de apoiar os investimentos na área; e, por que não, sentir-se atraído pela ciência e decidir seguir esse caminho, principalmente a parcela mais jovem da população.
A divulgação científica feita a partir da escuta é um dos meios pelos quais se pode (re)construir essa relação de confiança entre sociedade e ciência.@pt
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