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A resposta encontrada nos discursos da sociedade da informação/conhecimento para a pergunta sobre a possibilidade de codificar o conhecimento é afirmativa, não no sentido da possibilidade, mas do desejável. A ideologia subjacente a esses discursos invoca como condição do desenvolvimento social a concentração em determinada espécie de conhecimento, o de caráter utilitário e, através da mediação unívoca do mundo da produção, aquele conhecimento diretamente aplicável a ele, o conhecimento operacional. O elemento que vai dar organicidade a tal pretensão é a tecnologia da informação, eleita como agente da transformação social. O confronto entre esses discursos e a realidade econômica demonstra que a compreensão para a hegemonia desse discurso repousa nas novas condições de produção do regime de acumulação flexível. As características básicas desse regime, a fluidez do capital e o trabalho imaterial instauram novas regras na competição e novas formas de administração das unidades produtivas de bens e serviços. Por outro lado, o uso intensivo das tecnologias da informação (e a linguagem que a elas subjaz) juntamente com o sistema de trabalho distribuído por elas possibilitado, imprime à comunicação interna ou à da rede de empresas o lugar por excelência de alvo da gerencia, na medida em que é preciso, de alguma maneira, recuperar a integridade do processo de trabalho. E a linguagem própria para a comunicação entre setores e equipes é a linguagem formalizada, capaz de ser apreendida por todos os participantes, linguagem codificada. O programa de gestão do conhecimento consiste em prolongamento das necessidades percebidas pela sociedade da informação/conhecimento e da produção flexível. A proposição é a de explicitar elementos do processo de trabalho (especialmente o conhecimento do trabalhador) ainda não legitimados enquanto elementos de valor, para além do permitido pelo funcionamento das tecnologias da informação.Com a intenção de produzir tecnologia de intervenção centrada na palavra, o programa esbarra no próprio objeto escolhido: o saber tácito do trabalhador é refratário à explicitação. O estudo de caso do fórum Brint revela as dificuldades de um grupo de praticantes para levar a cabo as proposições do programa. Persiste a descrença na possibilidade de a gestão do conhecimento constituir um corpus teórico metodológico consistente. Porém permanece a intenção de explicitar e descrever o conhecimento prático mesmo que restringido à sua parte mais à tona, atentando-se para a possibilidade de ampliar sua descrição. Fica evidente na análise da discussão do fórum Brint que o compartilhamento do conhecimento e a apropriação pela empresa do saber fazer do trabalhador envolvem relações sociais que escapam à possibilidade da gestão pretendida. A análise das relações sociais dessa própria comunidade virtual é exemplo dessa barreira. Esse grupo de discussão que se propõe a debater condições de transferência do saber fazer em gestão do conhecimento ele mesmo não realiza a tarefa. Porém o discurso da gestão do conhecimento produz reflexos sociais, fazendo eco com os discursos da sociedade da informação e aos esforços de codificação da conduta humana empreendidos pela teoria cognitivista e pela inteligência artificial. A situação de interação social, objeto da sociologia, permanece ainda impermeável à decifração da forma desejada. Por outro lado, o objetivo do trabalho tradicional da ciência da informação, a codificação do conhecimento em sistemas fechados, expande-se para todo o tipo de conhecimento e desapropria-se o trabalhador da informação de suas ferramentas transferidas para a lógica informática. Sugere-se que esses dois campos de saber reflitam sobre a questão e se posicionem no debate sobre o ideal de se codificarem todos os conhecimentos.
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